domingo, 13 de julho de 2014

Copa do Mundo 2014: Sobre o Possível e o Impossível

A última vez que estive em Manaus foi no início do mês de fevereiro de 2014. No caminho para o Aeroporto Eduardo Gomes, passei em frente às obras da Arena da Amazônia. Apesar da beleza externa, a sensação de inquietude era inevitável pelo temor do estádio não ficar pronto e como a capital amazonense poderia receber tantos turistas e jornalistas com as mínimas obras de infraestrutura feitas para o evento.

Mesmo de longe, pude observar o sucesso da Copa do Mundo em Manaus. Imagino que não tenha sido perfeito, porém, a cidade conseguiu passar uma boa impressão ao resto do país inteiro: o estádio se mostrou um dos mais belos da competição, não houve problemas graves nas questões de telecomunicações e transporte público, o setor turístico (veja só, ele existe Manaus!) conseguiu se destacar, o Centro/Largo de São Sebastião foi redescoberto e deixou de ser propriedade privada e, acima de tudo, a carência afetiva dos meus conterrâneos foi amansada por tantas matérias e reportagens positivas (valeu até fake de atriz global).

O impossível se tornou possível: Manaus fez uma grande Copa do Mundo.

Se a realidade se mostrou mais do que bem-sucedida quando se imaginava o pior, por que não acreditar na queda de Dissica Thomaz Valério, dono da Federação Amazonense de Futebol desde os anos 80? Por que não chamar gente séria e dedicada ao esporte como Aderbal Lana e Antonio Piola para recomeçar o futebol local? Por que não acreditar na renovação urgente dos dirigentes dos clubes locais (em especial, o Nacional e São Raimundo)? Por que não acreditar no fortalecimento das categorias de base dos times amazonenses, alvos de denúncias de abuso sexual infanto-juvenil até agora sem resultado alguma por parte das autoridades? Por que não exigir dos governantes uma cobrança mais séria dos gestores de clubes quanto à verba destinada todos os anos sem resultado algum dentro e fora de campo? Por que não ver na cadeia ou condenados na justiça a prestar serviços comunitários vândalos disfarçados de torcedores causadores de inúmeras brigas nos estádios durante o Campeonato Amazonense? Por que não ter o Peladão como possível revelador de novos jovens craques para os times locais? Por que não acabar de vez com discussões tolas sobre amariocas, amapaulistas, show da Beyoncé ou do Paul McCartney para viabilizar a Arena da Amazônia e se ater no fundalmental? POR QUE NÃO TRABALHAR PARA O FUTEBOL AMAZONENSE DEIXAR DE SER AMADOR E OFERECER UM BOM PRODUTO AO TORCEDOR?

Impossível possível?
Ou possível impossível?

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