Eis bem uma palavra para definir os jogos do Brasil na Copa de 2014.
A partida contra a Colômbia precisa ser o reencontro do prazer. Prazer em ver a Seleção jogar com troca de passes, tabelas, infiltrações, dribles, jogadas geniais. Prazer pelo fim dos chutões e ligações diretas. Prazer de enxergar um Júlio César menos culpado pelos erros da Copa de 2010. Prazer de observar Thiago Silva mais equilibrado emocionalmente. Prazer de ter o velho Paulinho do Corinthians recuperado da má fase. Prazer de testemunhar um Oscar mais participativo e Hulk louco para se redimir das falhas contra o Chile. Prazer de Fred fazer as pazes com o gol. Prazer, acima de tudo, dos atletas em se divertirem dentro de campo.
Chega do hino à capela com raiva, choro, nervosismo, tensão, entrevistas dramáticas pós-jogo.
Por que não trocar tudo isso pelo riso do bom drible ou de um lance mágico?
Por que não trocar tudo isso pelo riso do bom drible ou de um lance mágico?
Que nossos jogadores entrem sérios e dedicados à vitória, mas capazes de desfrutar esse momento único de jogar a Copa do Mundo dentro do Brasil. Evitem pensar se tratar de uma guerra ou batalha a ser vencida: futebol é esporte e jogar bem ainda é a melhor receita para se vencer.
Em caso de derrota, sim, será um fracasso.
Sim, será justo elencar as possíveis falhas e quem não rendeu como esperado.
Sim, será necessário observar o que acontece no futebol brasileiro e a pobreza tática de nossos técnicos.
Mas, como torcedores, precisamos saber perder e não buscar novos vilões nacionais. Gente talentosa como Barbosa, Toninho Cerezo e Felipe Melo sabe o injusto peso cometido por erros graves em Copas e a incapacidade do brasileiro em seguir adiante, associando esses nomes a galeria de fracassados do futebol. Esse avanço de pensamento alivia quem está em campo a errar por tentar a bola mais ousada ou buscar o drible improvável ou dar o chute de fora da área. Que os chilenos e argelinos nos inspirem se perdermos.
Em uma Copa do Mundo emocionante e com vários jogaços, falta apenas o torcedor sentir prazer em ver o Brasil jogar. Isso somente acontecerá se Neymar&Cia estiverem também dispostos a se divertir.
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