quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Atlético-MG no Mundial: fundo do poço?

Chegamos ao fundo do poço ou ainda tem mais?

Essa deveria ser a pergunta que o futebol brasileiro deveria se fazer após a humilhante derrota do Atlético-MG no Mundial de Clubes da Fifa. O fraco Raja Casablanca atropelou um dos principais clubes do país, dono de um elenco com três jogadores cotados para disputar a Copa do Mundo e do técnico mais badalado no Brasil nos últimos meses.

Foi 3 a 1. 
Poderia ter sido 5 x 2 ou 6 x 3.
Sim, um clube do Marrocos quase goleou um time do Brasil.

A derrota no Mundial termina um ano para ser esquecido pelos clubes brasileiros. Morte do jovem Kevin Espada, a volta das brigas entre vândalos organizados dentro de estádios, tapetão no Campeonato Brasileiro, STJD se envolvendo em inúmeros casos para ganhar espaço na mídia, atrasos salariais e ameaças de greves de jogadores, a perspectiva de vitória do grupo de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero na eleição da CBF em 2014.

Dentro de campo, um futebol cada vez mais defasado marcado por contra-ataques, retrancas e erros de passe. Jogadores limitados e até gordinhos brilham em nossos gramados como se fossem estrelas (Hernane, Cícero, Walter, Rafael Marques, Maxi Bianchucci, Éderson), enquanto atletas em fim de carreira ou sem espaço na Europa são os craques (Seedorf, D'Alessandro, Alex, Paulo Baier). O Santos levou um "passeio" do Barcelona, enquanto o São Paulo agradeceu somente ter levado dois gols do Bayern de Munique. Os técnicos, salvo Tite e o próprio Cuca, pouco apresentam de novo e quando surge a ideia de trazer alguém de fora (Guardiola, por exemplo) há revolta dos mesmos.


Não basta somente a Seleção Brasileira ser grande no cenário internacional. Que o Bom Senso F.C traga novas perspectivas e que nos livremos de gente como Marins, Juvenais, Perrelas, Dinamites e Euricos para termos gestões nos clubes brasileiros eficientes.

Enquanto isso, os Mazembes e Rajas Casablancas agradecem! 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Apelo aos vascaínos

Imagino a dor sentida pelos torcedores do Vasco após mais uma queda para a Série B. A esperança transformada em decepção na tentativa de se salvar do rebaixamento, a raiva por ver um clube com tantas glórias em situação vexatória com um time muito fraco, ter as quartas-feiras e domingos novamente vazios e, claro, as gozações intermináveis dos rivais.

Mesmo com todo esse cenário, imploro por sabedoria e bom senso ao vascaíno. Não caía em falas demagógicas e populistas ou soluções milagrosas. Não é porque o maior ídolo do clube realizou uma gestão desastrosa à frente da presidência do clube que o pensamento do “rouba, mas faz” deva ser retomado.

A grandeza do Vasco e de sua torcida é maior que falsos salvadores da pátria, os quais comandam clubes apenas para obter interesses próprios. Acredito na possibilidade do surgimento de uma terceira via, capaz de levantar o clube para o verdadeiro lugar ao que pertence.

Acima de tudo, peço ao vascaíno: DIGA NÃO A EURICO MIRANDA.

Pelo bem do Vasco. Pelo bem do futebol brasileiro.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Violência no Brasileirão: reflexo do país

Como esporte mais popular do país, o futebol reflete o Brasil. Neste domingo, testemunhamos a violência das nossas ruas em um estádio de futebol e a famosa ineficiência da gestão pública em soluções definitivas para problemas antigos.

A guerra travada por vândalos disfarçados de torcedores de Vasco e Atlético-PR expôs a violência vista a cada esquina brasileira: a sem sentido ou justificativa. O sujeito pisotear o outro ou pegar uma barra de ferro para acertar a cabeça de um cara desmaiado não pode ser colocada na conta do amor ao clube de futebol. 
Ali, estão pessoas sem perspectivas de vida, miseráveis sem oportunidade alguma de progredir encontrando na violência a forma de prevalecer.  O ódio de cada chute e soco vem do fracasso como individuo.

Que fique claro: não estou defendendo nenhum daqueles vândalos. Todos os participantes da briga merecem ser presos por um bom tempo. Porém, é preciso tentar entender tanta violência e procurá-la evitar o máximo possível.

Prevenção, aliás, nunca foi um forte do Brasil. Somos especialistas em ficarmos chocados com uma tragédia, tomar medidas circunstanciais e depois a vida segue linda e bela como se nada tivesse ocorrido. Vide a tragédia estúpida de Santa Maria no início deste ano. A briga na Arena Joinville passa em grande parte por esse comportamento de descaso dos órgãos públicos, clubes, STJD e, claro, da CBF em tomar medidas definitivas para solucionar a violência nos estádios.

Os órgãos públicos (polícia, Ministério Público) sabem bem quem são os brigões (ou você acha que o sujeito da foto acima somente aprontou neste jogo?). Muitos dos confrontos são marcados via redes sociais e as mesmas autoridades conhecem quais são as torcidas rivais. Trabalho investigativo, zero. Além disso, a identificação de quem participa de um combate está mais do que clara pela alta resolução das transmissões televisivas. Porém, nada disso impede com que esses vândalos continuem frequentando os estádios.

Para piorar, os clubes de futebol dão apoio a esses vândalos. O Botafogo abriu as portas do Engenhão para os membros da organizada cobrarem mais dedicação aos jogadores. Já no São Paulo, a Independente se aliou ao presidente, Juvenal Juvêncio, intimidando torcedores legítimos de criticá-lo. Fora que boa parte dos times brasileiros oferecem apoio para viagens desses grupos em partidas longe de casa.

Preocupado muito mais em encontrar gestos feios de jogadores durante cobrança de escanteio, o STJD age de maneira branda com os clubes por brigas entre torcedores. No máximo, perde-se o mando do jogo. Claro que não dura muito, afinal sempre há um recurso protocolar e uma multinha camarada. Já a CBF está preocupada apenas com a Seleção Brasileira e a Copa do Mundo. O resto é resto.

“Até quando?” ou “Quantos vão precisar se ferir?” deveriam ser as perguntas feitas após a violência vista em Joinville.  Porém, a verdadeira questão será: “Quando e onde será o próximo?”.

Reflexo do Brasil.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Coisas inofensivas

Enquanto o técnico da Inglaterra se tornou o inimigo público número 1, onde estava o abnegado Dissica Thomaz Valério, comandante da fortíssima Federação Amazonense de Futebol há 22 anos?

Dissica, O Grande estava na Costa do Sauípe acompanhando o sorteio a convite da CBF. 
Tudo pago com direito a quatro dias de estadia em um resort luxuoso.

Essa é apenas uma das vantagens de Dissica - O Mestre dos Magos como comandante da poderosa FAF.
Viagens para Suíça EUA neste ano com a Seleção Brasileira e uma mesada de R$ 100 mil do generoso José Maria Marin ajudam no encargo de tão difícil tarefa. 

No começo de 2014, estará ele, ao lado dos abnegados dirigentes locais na mesa do governador do Amazonas, pedindo verba pública para conseguir realizar o inigualável campeonato estadual. Somente neste ano foram R$ 2,5 milhões. Quem sabe mais no futuro?

Assim, Dissica - The King segue seu rumo desenvolvendo o futebol amazonense. Desde que não fale do calor/umidade e distância de Manaus, tudo bem. Não haverá chiliques nas redes sociais ou via imprensa das nossas autoridades. 

Na vida se aprende que deve-se protestar e reclamar de coisas inofensivas. Para as sérias, restam as reticências...

domingo, 1 de dezembro de 2013

Marcelo Lomba - herói do Bahia no Brasileirão

Quando se pensa em goleiros atuando no Brasil, os nomes de Fábio, Jefferson, Victor, Diego Cavalieri, Rogério Ceni sempre vem à mente.

Pobre Marcelo Lomba!
Afinal de contas, não fossem os milagres executados pelo arqueiro durante todo o Campeonato Brasileiro, o Bahia estaria rebaixado para a Série B.

A partida deste domingo contra o campeão Cruzeiro, em pleno Mineirão lotado, provou a fase excelente de Lomba. A defesa após cobrança de falta de Souza no primeiro tempo e a elasticidade para pegar uma cabeçada de Júlio Batista mostram um goleiro rápido e confiante.

E essa atuação nem chegou perto do trabalho que Lomba teve no jogo conta a Ponte Preta. Em partida válida pela sétima rodada do Brasileirão, o goleiro pegou dois pênaltis, garantindo o empate em 2 a 2. Tudo isso no estádio do rival em Campinas. Outra atuação marcante foi na Arena do Grêmio quando fez milagres atrás de milagres para garantir outro empate para o Bahia.

Não é possível afirmar se Marcelo Lomba conseguiria repetir o mesmo sucesso em clubes com maior pressão e visibilidade nacional. Entretanto, seria uma boa aposta para clubes como Vasco, Internacional, Santos e São Paulo.

Da próxima vez que for pensar em grandes goleiros do Brasil, inclua Marcelo Lomba na lista.

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação




quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Tão Flamengo, tão Brasil: a conquista de Jayme de Almeida

Carlinhos, Andrade e, agora, Jayme de Almeida.

O Flamengo traz essa incrível capacidade de revelar técnicos discretos, capazes de fazer o básico adquirir força na base do diálogo. Não vemos estrelismos, nem pseudos-táticas rebuscadas ou respostas grosseiras durante coletivas de imprensa.

O respeito conquistado vem do trabalho do cotidiano através da simplicidade e educação. Com eles, o futebol se torna futebol e não um jogo de xadrez, como muitos técnicos tentam fazer. Algo tão brasileiro vindo do clube mais querido do país.

Porém, onde estão Carlinhos e Andrade? Em quantos clubes grandes esses treinadores conseguiram empregos após o sucesso no Flamengo? Até mesmo o racismo afastou trabalho deles.

Entretanto, Vanderlei Luxemburgo, Celso Roth, Leão continuam por aí. Acumulam fracassos, donos de táticas defasadas, incapazes de fazer os principais craques renderem sob seus comandos, com a arrogância digna de vencedores, mas, sempre tem um trouxa que os contratam.

Tomara que Jayme siga trajetória diferente de Carlinhos e Andrade com uma carreira mais vitoriosa, tanto dentro quanto fora do Flamengo. E, acima de tudo, seja respeitado por sua maior qualidade: a simplicidade.