domingo, 22 de junho de 2014

Copa do Mundo 2014: Messi e Maradona - A Necessidade de Mudança da Mentalidade da Argentina


Reprisar os jogos mais importantes da Copa do Mundo antigas são uma das principais atrações dos canais esportivos antes de qualquer mundial. A Fox Sports escolheu a final de 1986 entre Argentina e Alemanha. Minha grande expectativa era conferir uma partida inteira do que foi Maradona naquele torneio. Já sabia, porém, que aquela decisão não havia sido o grande jogo do craque do Napoli: a forte marcação dos europeus e as faltas sofridas dificultavam a capacidade de carregar a bola e driblar os adversários.

Mesmo assim, Maradona tinha seus lapsos de genialidade e dava arrancadas espetaculares, sendo parado na base da pancada. As corridas do craque traziam muito mais que apenas um estilo de jogo; havia raiva, fome de gol, impulsividade, deixar os zagueiros desmoralizados no chão. Don Diego era a personificação do argentino dentro de campo: raçudo, passional, dramático, intenso e individualista.

Não à toa que a Argentina parece estranhar Lionel Messi. A esperança dos hermanos para o título da Copa de 2014 pode trazer características de Maradona (em especial, a velocidade da arrancada), porém, há uma eterna sensação de que o craque do Barcelona age muito mais com inteligência do que intensidade. 

Messi é calculista, frio, introvertido, cerebral. Pode até tirar algo da cartola como aconteceu nos gols contra a Bósnia e Irã, porém, são momentos nascidos mais com a capacidade de observar o que ocorre em campo do que simplesmente pelo impulso. Necessita, acima de tudo, de um time capaz de criar tabelas, dribles e jogadas em profundidade..

Se Maradona conseguia criar quase tudo sozinho, Messi pode até ser a estrela, porém, precisa do coletivo. Alejandro Sabella ainda não conseguiu definir um estilo para a Argentina, o que faz nomes como Gago, Higuaín e Aguero ficarem perdidos dentro de campo. Sem essa unidade, jogos tranquilos acabam se tornam mais difíceis, dependendo da genialidade do camisa 10 para resolver.

Caso queira o tricampeonato, a Argentina precisa se adaptar ao craque atual. Isso significa mudar a mentalidade do individual para o coletivo. Ou então há sempre o período Pré-Copa para assistir a final de 1986.

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