segunda-feira, 23 de junho de 2014

Copa do Mundo 2014: Fernandinho salva Neymar

O primeiro tempo contra Camarões deixou a sensação de que Neymar teria de ser para a seleção brasileira o que foram Garrincha de 1962, Maradona de 1986 e Romário de 1994 para seus respectivos times: o homem da decisão capaz de encontrar soluções para as partidas mais difíceis. Para conseguir o hexacampeonato da Copa do Mundo, restava a Felipão&Cia apostar no craque surgido na Vila Belmiro.

A entrada de Fernandinho, entretanto, alterou o cenário. Tudo porque a opção pelo volante do Manchester City no lugar de Paulinho abre a possibilidade de Felipão mudar os titulares, não sendo mais possível seguir com quem lhe deu o título da Copa das Confederações. Sim, há chances de termos um time.

O Brasil começou mal o terceiro jogo na Copa de 2014: ligações diretas da zaga para o ataque eram as jogadas mais comuns pela ausência de Oscar e Paulinho. O ex-volante do Corinthians, aliás, se omitia o tempo todo, pegando na bola somente para dar passes a Thiago Silva e David Luiz. Como Camarões é um time limitado até para o Brasileirão, restava ao comandados de Felipão pressionar o adversário. O famoso "aperta que entrega" deu certo e Neymar achou o gol duas vezes e permitiu à Seleção abrir vantagem antes do intervalo. A avaliação geral, exceto pelo artilheiro do time, era ruim e a impressão que somente o craque do Barcelona poderia salvar o hexa aumentava ainda mais.

Eis que Felipão se rende ao óbvio e tira Paulinho. De repente, a velocidade reaparece e aquele time que goleou a Espanha por 3 x 0 retorna. Fernandinho traz o futebol veloz e consciente, chamando o jogo para frente. Fred, Hulk, Marcelo crescem e uma Seleção mais convincente surge.

Ainda é pouco e Deus sabe o que pode acontecer sem Neymar. Porém, Felipão sabe que precisa mexer no time. Não pode haver intocáveis ou solidariedade a quem está em má fase. Copa do Mundo, infelizmente, não permite isso. Paulinho precisa sair do time, assim como Daniel Alves. Fernandinho ou Hernandes e Maicon são as soluções para criar uma equipe sólida e capaz de encarar a segunda fase do Mundial.

Se Felipão quiser optar pela teimosia, Neymar terá que ser Maradona e Garrincha.
 
Foto: Bernat Armangue/AP

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