Como esporte mais popular do
país, o futebol reflete o Brasil. Neste domingo,
testemunhamos a violência das nossas ruas em um estádio de futebol e a famosa
ineficiência da gestão pública em soluções definitivas para problemas antigos.
A guerra travada por vândalos
disfarçados de torcedores de Vasco e Atlético-PR expôs a violência vista a cada
esquina brasileira: a sem sentido ou justificativa. O sujeito pisotear o outro
ou pegar uma barra de ferro para acertar a cabeça de um cara desmaiado não pode
ser colocada na conta do amor ao clube de futebol.
Ali, estão pessoas sem
perspectivas de vida, miseráveis sem oportunidade alguma de progredir
encontrando na violência a forma de prevalecer. O ódio de cada chute e soco vem do fracasso
como individuo.
Que fique claro: não estou
defendendo nenhum daqueles vândalos. Todos os participantes da briga merecem
ser presos por um bom tempo. Porém, é preciso tentar entender tanta violência e
procurá-la evitar o máximo possível.
Prevenção, aliás, nunca foi um
forte do Brasil. Somos especialistas em ficarmos chocados com uma tragédia,
tomar medidas circunstanciais e depois a vida segue linda e bela como se nada
tivesse ocorrido. Vide a tragédia estúpida de Santa Maria no início deste ano. A
briga na Arena Joinville passa em grande parte por esse comportamento de
descaso dos órgãos públicos, clubes, STJD e, claro, da CBF em tomar medidas
definitivas para solucionar a violência nos estádios.
Os órgãos públicos (polícia,
Ministério Público) sabem bem quem são os brigões (ou você acha que o sujeito da
foto acima somente aprontou neste jogo?). Muitos dos confrontos são marcados
via redes sociais e as mesmas autoridades conhecem quais são as torcidas
rivais. Trabalho investigativo, zero. Além disso, a identificação de quem participa de um combate está mais
do que clara pela alta resolução das transmissões televisivas. Porém, nada
disso impede com que esses vândalos continuem frequentando os
estádios.
Para piorar, os clubes de futebol
dão apoio a esses vândalos. O Botafogo abriu as portas do Engenhão para os
membros da organizada cobrarem mais dedicação aos jogadores. Já no São Paulo, a
Independente se aliou ao presidente, Juvenal Juvêncio, intimidando torcedores
legítimos de criticá-lo. Fora que boa parte dos times brasileiros oferecem apoio
para viagens desses grupos em partidas longe de casa.
Preocupado muito mais em
encontrar gestos feios de jogadores durante cobrança de escanteio, o STJD age
de maneira branda com os clubes por brigas entre torcedores. No máximo, perde-se
o mando do jogo. Claro que não dura muito, afinal sempre há um recurso
protocolar e uma multinha camarada. Já a CBF está preocupada apenas com a
Seleção Brasileira e a Copa do Mundo. O resto é resto.
“Até quando?” ou “Quantos vão
precisar se ferir?” deveriam ser as perguntas feitas após a violência vista em
Joinville. Porém, a verdadeira questão
será: “Quando e onde será o próximo?”.
Reflexo do Brasil.
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